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Sexta Aparição

Sexta Aparição

Na tarde do dia 12 de outubro de 1917, uma grande multidão de pessoas, vindas muitas delas de terras distantes, tinham ocorrido de toda parte e se achavam já reunidas na Cova da Iria.

O céu cobrira-se de nuvens e a chuva miudinha, que começara de cair, não parou em toda a manhã do dia 13, de modo que a Cova da Iria tornou-se em breve um verdadeiro lamaçal.

Cálculos bem fundados computaram em setenta mil os assistentes.

Meia hora antes da aparição, chega os Pastorinhos e dirigem-se para junto da azinheira. A chuva teimosa e persistente continuava a atormentar os forasteiros.

Mas ninguém desanima. Os últimos carros chegam com os retardatários. Grupos de fiéis prostraram-se de joelhos, na lama, e Lúcia pede para fecharem os chapéus. Todos lhe obedecem prontamente! A criança anuncia então que a Senhora de novo lhe havia aparecido e falado, declarando, outrossim, que era a Senhora do Rosário.

Espetáculo único no seu gênero (espetáculo que poderá parecer incrível a quem não haja presenciado) se produziu então. De repente, rasgaram-se as nuvens e a chuva parou completamente. Duma elevação do caminho vê-se a multidão inumerável voltar-se para o sol, que aparecia agora no pino do céu, sem nuvens e sem mancha. Assemelhava-se a um disco de prata. Podia fitar-se afoitamente; o seu calor não queimava, nem o seu brilho cegava. Parecia estar-se em presença dum eclipse mais eis que a multidão rompe num grito e o clamor que então se fez ouvir foi estrondoso: Milagre! Milagre!

Na Cova da Iria, o bservando o fenomemo solar.

Qual roda de fogo, girava sobre si mesmo, com uma rapidez indescritível. O seu núcleo era escuro e só as bordas brilhavam. Parecia que tendo saído de sua órbita, se precipitava sobre o planeta que habitamos. Muitos gritavam já perdidamente, julgando ser chegado o fim do mundo. Ao mesmo tempo, feixes de luz de todas as cores do arco-íris espalhavam-se por cima da multidão, revestindo tudo e todos de amarelo, azul e escarlate, provocando assim nos circunstantes indizível admiração. Uma coluna de fumo semelhante a uma nuvem, a três ou quatro metros do solo, pairava sobre o local. Este acontecimento repetiu-se por três vezes bem distintas.

O espetáculo durou ao todo dez minutos. Fotografias tiradas naqueles breves momentos mostraram o sol semelhante a um disco de centro escuro e bordas luminoso.

Consta do processo canônico, que o fenômeno solar foi observado por pessoas que encontravam a cinco e mais quilômetros de distâncias. Não podia admitir, portanto, qualquer sombra de sugestão.

Ainda estas circunstâncias: Terminado o fenômeno, notaram todos com surpresa, que os próprios fatos, pouco antes encharcados, estavam completamente enxutos.